O crime venceu. De novo.

Renata Coan Cudh quase morreu. Foi sequestrada, estrangulada e estuprada em Fortaleza por Edilson Florêncio da Conceição — também conhecido como “Edilson Moicano”. Motorista de aplicativo, lutador de MMA e agora, réu condenado.

Mas relaxa: está solto.

Mesmo com confissão, testemunhas, exame pericial e prisão em flagrante, Edilson foi condenado a 8 anos e 2 meses de prisão por estupro e resistência à prisão. Aí vem o mais ridículo: vai recorrer em liberdade porque “tem bons antecedentes” e “é primário”. Essa foi a decisão da juíza Adriana Aguiar Magalhães.

A pergunta é simples: quantas mulheres um homem precisa estuprar para perder os bons antecedentes?

Quando o Judiciário é cúmplice do crime

Renata escapou da morte por milagre. Foi salva por três policiais no momento exato. E mesmo assim, com o crime todo registrado, o sistema achou razoável deixar o agressor na rua — como se fosse só um erro administrativo.

Esse é o Brasil. Um país onde o criminoso vira coitado e a vítima vira detalhe. Onde o sistema “defende mulheres” com discursos prontos, mas na prática passa pano para estuprador de verdade com progressão, saídinha e “ressocialização”.

E não adianta vir com discurso feminista dizendo que isso é “violência de gênero” ou “machismo institucional”. O problema aqui não é falta de feminismo — é excesso de garantismo. É o culto ao réu. É a idolatria do bandido vitima da sociedade.

O crime compensa. A inocência, não.

O mais revoltante é a frieza com que o Judiciário trata casos como esse. O estuprador sai como se fosse só mais um que errou. A vítima, essa vai precisar de terapia para o resto da vida.

A defesa ainda teve a cara de pau de alegar “proporcionalidade da pena”. Como se um estupro com tentativa de homicídio tivesse alguma proporção aceitável. Como se imobilizar uma mulher, levá-la para o mato, violentá-la e ameaçar matá-la pudesse ser avaliado com régua técnica de tribunal.

O Judiciário virou máquina de minimizar o crime. Se o réu nunca foi preso antes, já vira quase um candidato ao Nobel da paz. Se foi preso, mas se comportou, ganha progressão. Se é reincidente, mas não matou ninguém “dessa vez”, sai no Dia das Mães.

A retórica feminista só atrapalha

E aí, claro, vem a reação pública: “a dor de Renata é a dor de todas nós, mulheres”. Balela.
Não é a dor de “todas as mulheres”. É a dor de uma cidadã que foi completamente desamparada por um Estado covarde e um Judiciário cúmplice. E que agora está sendo usada como símbolo de luta ideológica, como se a solução fosse mais feminismo.

O mesmo feminismo que defende saidinha no Dia das Mães para a mulher que matou. O mesmo feminismo que luta para abrandar penas femininas, mas exige pena máxima para o  homem — mesmo que inocente.

Não adianta pedir mais leis. O problema não é falta de norma. É excesso de benefício para o criminoso. É a inversão completa da lógica de justiça: o criminoso tem direito à dignidade. A vítima tem que torcer para não cruzar com ele no mercado.

A Justiça brasileira é misândrica quando quer — e garantista quando convém

Esse caso expõe um paradoxo. Quando o acusado é um homem comum, trabalhador, pai de família, o sistema trata ele como um perigo em potencial. Basta uma denúncia de “violência psicológica” ou uma medida protetiva sem prova que o sujeito perde guarda, casa, nome e dignidade.

Mas quando o acusado é um criminoso de verdade, com confissão e flagrante, aí o sistema põe a capa de advogado dos direitos humanos e libera geral.

Isso não é justiça. É uma farsa.

A verdade nua e crua

O Brasil não precisa de mais discurso feminista, nem de mais leis “com nome de mulher”. Precisa de Justiça. Dura, objetiva, real.

Precisa parar de tratar criminoso como cliente do Estado.
Precisa parar de dar prêmio para quem cometeu atrocidade.
E precisa, principalmente, reconhecer que a impunidade não é falta de sensibilidade — é excesso de covardia.

Renata não é mártir de uma causa. É vítima de um sistema que funciona perfeitamente… para proteger criminosos.

 

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