As políticas de gênero, atualmente, são reflexos da guerra de interesses na ordem sexual. Esses conflitos não são apenas embates entre homens e mulheres, mas também sobre diversas concepções de mundo, que colocam interesses entre mulheres (e homens) em conflito.

As forças políticas, erroneamente, entenderam essa guerra de gênero como uma questão secundária. Isto é, políticas econômicas ou sociais seriam mais importantes do que os debates de gênero, que poderiam ser geridos de modo secundário, por um Ministério ou uma Secretaria qualquer.

Os homens também pensaram da mesma forma. Abriram espaço para que o mainstream do feminismo fizesse o que bem entendesse, porque política de gênero seria algo menor. Chegando atrasados a esse debate, os homens estão finalmente despertando para o erro que cometeram.

Gênero não apenas influencia, mas pode também condicionar políticas econômicas e sociais. A dinâmica das relações de gênero afeta temas como segurança pública, seguridade social, demografia e *compliance*. Gênero está em todo lugar e quem ignora isso normalmente paga um preço caro.

A ignorância sobre gênero abriu caminho para o surgimento de políticas de gênero anticientíficas, com base em meros recortes filosóficos. Fizemos as nossas políticas de gênero por meio de supertições e agora colhemos os frutos.

As relações entre homens e mulheres se deterioram rapidamente. Os relacionamentos já iniciam com prazo de validade. Cada vez mais, a psicologia sombria determina quem sairá bem-sucedido de uma relação de gênero. Vivemos em um mundo que premia os psicopatas e pune os empatas.

Pergunto, então, onde erramos ao pensar uma política de amor às mulheres?

A resposta não é simples, mas podemos seguir algumas pistas, para um dia termos condições de responder a esta pergunta:

a) O ódio como leitmotiv do feminismo – A política feminista mainstream tem como base o ódio. Odeie o homem. Se ele está em uma posição de poder, é pelos seus privilégios. Derrube-o, destrua-o. Os crimes praticados por determinados homens devem ser imputados a todos. A política feminista é ressentida. A sua propaganda, potencializada pelas redes sociais, disseminou esse ressentimento pelo mundo. A dinâmica de gênero não é sobre aprender a amar, mas sim a odiar.

b) A mulher não é o centro do feminismo – As mulheres legitimaram o mainstream do feminismo e não quero aqui absolvê-las da culpa, mas isso não significa que o feminismo mirou, preponderantemente, os interesses delas. Ele foi mediado por recortes ideológicos. Ser mulher, no feminismo, é um apêndice de algo que deve ser defendido antes. Esse algo pode ser o mercado, a casta política ou empresarial, o comunismo ou a panacéia da vez.

c) A mulher é o objeto sacrificial do feminismo – Inexiste um feminismo de bem-estar. A mulher serve ao feminismo, ela está em débito com ele e deve observar as suas ordens. A mulher, biologicamente minada, castrada, deve sacrificar os seus interesses no altar do feminismo, para provar do cálice da igualdade. Se mulheres pobres devem se prostituir para provar que “todas as mulheres” podem ser sexualmente ativas como os homens, que sejam! Se atacar a maternidade fará da mulher um ser mais ambicioso e competitivo, que assim seja! O feminismo é uma estratégia de poder e pelo poder vale tudo, inclusive misandria e misoginia.

d) O feminismo é sobre o homem, e não sobre a mulher – O feminismo mainstream entende o imperativo feminino a partir do imperativo masculino. É necessário replicar o homem, ser igual a ele. É uma cultura de inveja fálica (crítica antiga, por sinal). Luta-se pela liberdade de imitar o estilo de vida masculino, sem assumir as suas responsabilidades próprias, que seriam dirimidas por um sistema de benefícios (em nome da igualdade material).

Para um dia termos uma política de gênero de amor às mulheres, devemos nos esforçar para pensar o feminino, a partir do modo pelos quais ele se apresenta. Antes de tudo, é preciso transformar a mulher em pessoa. Para isso, ela deve abandonar a sua condição de vítima, assumindo direitos e deveres na sociedade.

A teoria do patriarcado é uma técnica, para evitar que as mulheres tenham deveres e tenham o máximo de direitos. Isso não é sustentável, produzirá uma sociedade infantil e inconsequente, maximizando a condição da mulher como de “eterna criança”.

Amar as mulheres é pensar em seu bem-estar. Seu bem-estar não é ser como o homem. Seu bem-estar é único, não é mera cópia da jornada masculina. A realidade dos sexos é distinta. Ambos possuem jornadas evolutivas e biológicas diferentes.

Melhorar as condições de vida da mulher passa pela construção de uma sociedade sustentável, em que há mais amor entre os gêneros e menos instrumentalizações de um sexo em benefício do outro. A luta deveria ser contra o sexismo, mas não sei se ainda há tempo para isso.

6 respostas

  1. Voltando aqui para dar os parabéns a vocês: Manas e Manos! Acabei de assistir Investigação Paralela na Brasil Paralelo! Meninas, vocês são gigantes!!! Parabéns e que Deus abençoe vocês e as proteja!!!

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