As mulheres cansaram do esquerdomacho. E Lana Del Rey só confirmou.
Nos últimos anos, as feministas exaltaram o “homem aliado”: sensível, desconstruído, progressista, vegano, pai de pet e lacrador. O tipo que fala sobre sentimentos, que cita autores que ninguém lê em dates, tenta parecer profundo soltando um “a verdade é uma construção” do Foucault e dizendo que é anticapitalista porque leu duas frases do Marx — tudo isso enquanto vive no apartamento confortável que herdou dos pais de direita — mas nunca sustentou nem um relacionamento, nem uma conversa adulta.
Condena o patriarcado em público, mas foge da responsabilidade quando o bicho pega. Milita na bio, mas some na primeira DR. Terceiriza tudo para a terapia e se diz “emocionalmente indisponível” como se fosse charme.
Disseram que o homem desconstruído era o futuro. Mas o futuro chegou — e ele se recusa a pagar um café. Cada vez mais mulheres percebem isso. Não porque leram Jordan Peterson ou se tornaram conservadoras, mas porque sentiram na pele que o homem que milita demais, no fim das contas, não serve para dividir a vida. Serve, quando muito, para likes.
Enquanto o esquerdomacho fala de opressão estrutural com voz mansa, carrega uma ecobag no ombro e usa aquele look “desleixado” totalmente calculado, Lana Del Rey se apaixonou por um homem que literalmente brinca de pegar jacaré. Um cara que não precisa performar masculinidade porque simplesmente é. Que não vive de lacre, não finge ser sensível para conquistar, e provavelmente nem sabe o que é “desconstrução de gênero”.
Ela nunca precisou dizer que queria um homem de verdade. Ela escolheu um.
Enquanto elas caem na do lacrador de ecobag, Lana escolheu o cara que pega jacaré
Em 2024, Lana se casou com Jeremy Dufrene — um homem de 50 anos, guia turístico da Louisiana que passa os dias no pântano e longe de qualquer palco. Nada de fama, lacre ou militância. Mas firmeza, aquela que o feminismo não consegue rotular — nem fabricar.
Os dois se conheceram em 2019, quando ela fez um passeio de barco com ele — e o mais simbólico é que Jeremy nem sabia quem ela era. Para uma artista acostumada com homens performáticos, deslumbrados, bajuladores ou interesseiros, aquilo foi libertador. Ela se interessou justamente pelo que falta em quase todo homem do meio em que vive: simplicidade, firmeza e zero afetação.
Anos depois, já casados, ela resumiria a escolha com precisão:
“Ele é um parceiro honesto, por quem eu esperei durante todos esses anos trabalhando numa indústria onde meus valores e minha moral não combinam com o que está acontecendo.”
Foi direto. Sem rótulo, sem panfleto. E com uma frase, disse mais sobre autenticidade feminina do que anos de discurso pronto sobre empoderamento.
Lana Del Rey nunca foi uma delas
A verdade é que Lana Del Rey nunca precisou de lacre para ser autêntica. Em 2014, já deixava claro:
“Pra mim, a questão do feminismo simplesmente não é um conceito interessante… Estou mais interessada em explorações intergalácticas.”
E em 2020, ironizou a seletividade do empoderamento pop:
“Agora que Doja Cat, Ariana, Camila, Cardi B, Kehlani, Nicki Minaj e Beyoncé tiveram músicas número 1 sobre serem sexy, não usarem roupas, fazerem sexo, trair, etc… posso por favor voltar a cantar sobre estar apaixonada, mesmo que o relacionamento não seja perfeito, ou dançar por dinheiro — sem ser crucificada por isso ou dizerem que estou glamorizando o abuso?”
O problema é que a resposta do feminismo foi sim: crucificação. Porque o tipo de mulher que Lana representa — que chora, ama, deseja ser protegida e não tem vergonha disso — é a maior ameaça à narrativa feminista. E o tipo de homem que ela escolheu? Mais ainda. Porque ele não é lacrador. Ele é sólido.
O futuro era desconstruído. Mas ninguém quer dividir a vida com ele.
No fundo, esse é o ponto. As mulheres estão cansando do esquerdomacho não porque querem “voltar ao passado”, mas porque o presente já não convence mais. O “aliado” que posta cartaz no 8 de março é o mesmo que foge da primeira DR ou que se esconde atrás do discurso para nunca assumir compromisso nenhum.
Lana Del Rey apenas escancarou o que muitas sentem e não dizem. Que o homem que vale a pena talvez seja aquele que não aparece no Instagram, mas está ali quando importa. Que não posa de desconstruído, mas te olha nos olhos. Que não cita frases prontas, mas te dá segurança — emocional, prática e simbólica.