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O fim do casamento da Virginia e do Zé Felipe: quando a ilusão de felicidade vale mais do que a família
Mais um casamento de famosos chegou ao fim. Mais um casal jovem, bonito, com filhos pequenos, muito dinheiro (muito mesmo) e uma vida que parecia perfeita — ao menos nos Stories do Instagram. Mas o que vemos por trás da separação de Virgínia e Zé Felipe vai além da vida privada dos dois. É um retrato social. Um espelho da cultura em que vivemos. Um sintoma de uma era que trocou o alicerce pelo cenário. O propósito pela performance. A família pela fama.
A mídia finge surpresa. Os fãs tentam entender. Mas o script é velho: o que começou como um conto de fadas termina como mais um ciclo descartado. E por quê? Porque hoje, tudo que exige esforço virou “pesado demais”. Porque o casamento, ao invés de ser um pacto para a vida, virou um contrato com cláusula de cancelamento imediato ao menor sinal de tédio.
Vivemos a era da felicidade superficial. Aquela que dura o tempo de uma trend. Aquela que coloca a própria vontade acima de qualquer coisa — inclusive dos filhos. Afinal, quantas influenciadoras digitais já abandonaram os maridos dizendo que “merecem mais”? Quantos casais midiáticos sustentam mais a imagem da união do que a união em si?
Amor virou slogan. Família virou acessório.
O casamento deixou de ser um projeto de vida e virou uma temporada de reality show. Tem casa de milhões, viagens, fotos ensaiadas, mas não tem raiz. Não tem resistência. Não tem base. E o que acontece quando a base não existe? O primeiro vento derruba tudo.
Enquanto isso, a sociedade aplaude. Aplaude o divórcio como libertação. Aplaude a fuga como coragem. Aplaude a destruição da família como um novo começo. Mas não fala das consequências.
Ninguém quer falar das crianças crescendo em duas casas. Ninguém quer falar dos traumas causados pela instabilidade afetiva. Ninguém quer falar da solidão pós-divórcio que nenhuma balada, nenhuma viagem, nenhum contrato de publicidade preenche.
É claro que há casos extremos. Ninguém está defendendo relações abusivas ou desumanas. Mas o que vemos hoje não é isso. O que vemos é uma banalização do divórcio. Um culto à liberdade imediata. Uma exaltação da felicidade hedonista em detrimento de tudo que exige sacrifício, paciência e maturidade.
O amor virou figurino. A estabilidade virou opressão.
Hoje, sustentar um casamento virou motivo de vergonha. Ficar junto é visto como “acomodação”. Lutar pelo relacionamento é coisa de mulher submissa. Recomeçar sozinha é que virou símbolo de empoderamento.
Mas quem ganha com isso?
Certamente não os filhos. Não os homens que são descartados. Nem as próprias mulheres, que muitas vezes trocam uma estrutura familiar sólida por um vazio emocional disfarçado de liberdade.
A pergunta que ninguém quer fazer é: quem ensinou essa geração a desistir tão fácil?
Foi o feminismo que disse que o casamento oprime. Foi a indústria do entretenimento que vendeu o divórcio como libertação. Foi o mercado da autoestima que lucra com mulheres eternamente insatisfeitas. Foi o culto ao “eu em primeiro lugar” que matou a ideia de “nós”.
Casamento não é sobre se sentir bem o tempo todo. É sobre resistir mesmo quando não se sente.
É entender que o amor não é uma emoção flutuante, mas uma decisão firme. É saber que o outro vai falhar, que os dias ruins virão, mas que a aliança é justamente pra isso: pra manter de pé o que o mundo inteiro está tentando destruir.
O fim do casamento de Virgínia e Zé Felipe é só mais um capítulo de um fenômeno maior. Estamos vendo a erosão da família como pilar da sociedade. E isso não é consequência do acaso. É consequência de um sistema que ensina mulheres a valorizarem a liberdade acima da maternidade, o prazer acima do sacrifício, a imagem acima da intimidade.
A pergunta que fica é: até quando vamos aplaudir isso?
A verdadeira felicidade não está em seguir sozinha o próprio caminho.
Está em caminhar ao lado de quem você escolheu. Está em construir, mesmo quando é difícil. Está em olhar para os filhos e saber que eles têm um lar firme, e não uma narrativa bonita.
Porque, no fim das contas, quem abandona tudo pelo agora pode até ganhar aplausos temporários — mas vai perder tudo o que é eterno.