Antifeminismo em alta, misandria intocada: Por que o despertar popular ainda não chegou ao poder
Enquanto o feminismo perde força nas redes, ele segue ditando leis, sentenças e políticas públicas. O antifeminismo cresceu — mas não venceu. Ainda.
Nos últimos anos, o feminismo tem perdido parte do seu apelo popular. As redes estão saturadas de denúncias de exageros, hipocrisias e contradições ideológicas. Páginas antifeministas ganham milhares de seguidores por semana. Livros, podcasts e perfis expondo a doutrinação feminista viralizam diariamente. A sociedade, ao que tudo indica, está acordando.
Mas se o feminismo está caindo no gosto impopular, por que os homens seguem perdendo guarda, dignidade, reputação e liberdade com base em leis que tratam o gênero masculino como ameaça presumida?
Porque o problema não está apenas na cultura — está no sistema.
A misandria já foi protocolada.
O feminismo que ocupa as páginas da internet pode estar em declínio. Mas o feminismo que ocupa cargos públicos, gabinetes legislativos, redações de jornais e cúpulas universitárias segue ativo, intacto e fortalecido.
Essa face menos barulhenta, mas infinitamente mais eficaz, se chama feminismo institucional.
E ela já transformou a misandria — o preconceito e a suspeita contra o homem — em norma técnica, protocolo jurídico e doutrina oficial.
A máquina pública já foi aparelhada. E não está à venda.
A diferença entre o feminismo de rede social e o feminismo de Estado é que o primeiro depende de likes. O segundo, de cargos. E esses cargos foram ocupados.
Hoje, o Brasil conta com:
- Leis baseadas em gênero, como a Maria da Penha, a Lei do Feminicídio, da Importunação Sexual e a Lei 14.550/2023 (que amplia penas apenas quando a vítima é mulher).
- Órgãos públicos feministas, como a Procuradoria da Mulher, a SPM, a Bancada Feminina, comissões específicas em assembleias e até “observatórios de gênero” em tribunais.
- Repartições exclusivas para mulheres em quase todas as esferas de atendimento: delegacias, defensorias, casas de acolhimento, linhas de crédito, cotas em concursos e prêmios públicos.
O homem, por sua vez, tem o silêncio.
Você não votou neles. Mas eles governam sua vida.
A institucionalização do feminismo não depende de maioria popular. Ela se firmou por meio de leis, emendas, resoluções administrativas e teses jurídicas que não precisam de aprovação popular — apenas de articulação interna.
Enquanto o antifeminismo cresce nas ruas e na internet, o feminismo segue controlando:
- A linguagem das sentenças
- A lógica das audiências
- A narrativa midiática dos julgamentos
- E a estrutura estatal que trata o homem como culpado por padrão
E isso não muda com memes, carrosséis e indignação online. Muda com projeto político.
A crítica é cultural, mas a misandria é jurídica
Ser antifeminista hoje é socialmente mais aceito do que há cinco anos. Mas ainda é juridicamente irrelevante.
E por um motivo simples: quem critica o feminismo não está ocupando o Congresso, o CNJ, o STF, os currículos das faculdades e as bancadas jornalísticas. Está postando no Instagram. Está sendo censurado no YouTube. Está sendo processado por difamação quando ousa questionar a palavra da suposta vítima.
Enquanto o feminismo virou doutrina jurídica, o antifeminismo ainda é desabafo de rede social.
A esquerda perdeu a juventude. Mas continua mandando no Judiciário.
Pesquisas mostram que jovens cada vez mais rejeitam o feminismo. Que muitos homens e mulheres se sentem traídos pelo movimento. Que a opinião pública não compra mais o papel da mulher como eterna vítima.
Mas isso não impede que um juiz fundamente uma sentença com base na “estrutura patriarcal”.
Ou que uma promotora exija a condenação de um pai com base apenas na palavra da ex.
Ou que um deputado aprove um projeto de lei que suspende salários de homens apenas acusados, sem direito à defesa.
Não é mais uma questão de opinião. É de ocupação.
A misandria virou mercado. E ninguém larga o osso.
ONGs, eventos, consultorias, projetos de lei, verbas, viagens, cargos de representação, assessorias de “gênero”… Há muito dinheiro em jogo.
Criticar o feminismo hoje significa mexer na estrutura de poder e renda de quem lucra com o sofrimento masculino.
A mulher que denuncia sem provas recebe acolhimento, proteção, amparo jurídico gratuito, verba assistencial, psicóloga e espaço na mídia.
O homem que tenta se defender vira “revitimizador”, “perigoso” e “violento por insistência”.
É mais fácil destruir reputações do que rever políticas públicas.
A linguagem jurídica virou militância com toga
O Judiciário já se rendeu à linguagem do feminismo. Palavras como “violência estrutural”, “machismo sistêmico”, “patriarcado”, “feminicídio político” e “lugar de fala” não são mais jargões ideológicos — são termos técnicos.
E quem ousa questionar, é acusado de “reproduzir a violência” e “deslegitimar a vítima”.
Nesse cenário, não há espaço para a dúvida. Só para a condenação.
O antifeminismo acordou. Mas ainda não se armou.
Enquanto o feminismo já tem doutrina jurídica, linguagem política, cargos e financiamento público, o antifeminismo ainda luta para não ser banido do Instagram.
Falta bancada. Falta partido. Falta projeto de poder. Falta ocupação institucional.
Criticar o feminismo é importante.
Mas acabar com a misandria exige muito mais do que um post viral. Exige coragem, estratégia, articulação política e presença jurídica.
A misandria só vai acabar quando o homem voltar a ter voz dentro da lei.
E isso não virá do STF, do CNJ ou da imprensa. Vai vir das ruas para o Congresso. Das páginas para os tribunais.
Até lá, a frase segue verdadeira: o feminismo não precisa mais de militantes. Ele tem servidores públicos, juízes e deputados.
E o homem?
Tem apenas a esperança de que acordar seja o começo — mas nunca o fim.