- Ele só foi trabalhar, mas ensinou o que é ser pai - julho 4, 2025
- Negligência, sabotagem e alienação: a decisão que mudou a guarda de Leo - julho 3, 2025
- “Mata seus pais e vem me ver” - julho 2, 2025
O caso de Heather Unbehaun expõe o duplo padrão judicial e midiático quando o crime vem de uma mulher. E revela um roteiro assustadoramente semelhante ao das alienadoras brasileiras
Em 2017, nos Estados Unidos, um caso começou de forma banal, como tantos outros no mundo da justiça familiar: uma disputa pela guarda de uma criança. Mas o que parecia apenas mais um desacordo se transformou em um sequestro que durou 6 anos.
Heather Unbehaun, mãe de Kayla, perdeu a guarda legal da filha no estado de Illinois, nos Estados Unidos, após decisão definitiva. A sentença foi clara: Kayla ficaria sob responsabilidade exclusiva do pai, Ryan Iskerka. Não se tratava de uma disputa provisória ou de uma briga em aberto. Era uma decisão firme, amparada por investigação e análise judicial. A Justiça concluiu que Heather dificultava o vínculo da filha com o pai, fazia alegações falsas sobre a saúde da menina e apresentava comportamento incompatível com o melhor interesse da criança. Ela ficou restrita ao direito de visitas supervisionadas.
Mas durante uma visita supervisionada, Heather fugiu com Kayla. Mudou de estado. Mudou de nome. Kayla desapareceu dos registros públicos em 2017. E o mundo simplesmente… esqueceu.
O pai ignorado. A menina sumida. A mãe protegida.
Durante seis anos, Ryan Iskerka fez o que pôde. Criou uma página chamada Bring Kayla Home, divulgou fotos da filha, procurou autoridades, buscou apoio institucional e manteve viva a esperança de reencontro. Mas sua dor passou despercebida. A imprensa ignorou. Não houve comoção pública, campanha nacional ou atenção da militância. Nenhuma hashtag. Nenhum movimento em sua defesa. A história só voltou aos holofotes em 2023 — e não por causa dele, mas por acaso.
Netflix, 5 segundos, e a verdade reaparece
Foi por acaso que a história começou a mudar. Kayla apareceu por menos de cinco segundos ao final de um episódio da série Unsolved Mysteries, da Netflix, numa breve sequência de fotos de crianças desaparecidas. Mas aquele pequeno espaço de tempo foi suficiente para um espectador reconhecer o rosto da menina. Ele a viu em uma loja na Carolina do Norte, desconfiou, avisou um funcionário, e este chamou a polícia. Quando as autoridades chegaram, confirmaram: era Kayla. Estava viva. Ao lado dela, estava Heather — a mãe que havia fugido seis anos antes. Ela foi presa no local.
Pagou fiança. Voltou pra casa.
O sequestro foi comprovado. Heather vivia sob identidade falsa. Kayla também. Por seis anos, mãe e filha desapareceram da vida do pai, da escola, dos registros, de qualquer traço de normalidade.
Quando finalmente foram encontradas, Heather foi presa — mas bastou o pagamento de uma fiança de 250 mil dólares para que ela saísse pela porta da frente.
Não houve comoção pelo pai.
Nenhuma indignação na mídia.
Nenhuma campanha falando em paternidade apagada.
Nenhum dossiê, nenhuma hashtag, nenhum escândalo.
Nada.
Mas o mais revoltante ainda estava por vir.
Quem achou que Heather Unbehaun desapareceria discretamente depois do sequestro se enganou. Ela não só voltou — como voltou às redes sociais com a audácia de quem quer reescrever os fatos.
No Instagram, sob o nome @mamabear_158, passou a publicar frases sobre alienação parental, críticas ao juiz que lhe retirou a guarda, lamentos emocionais sobre a separação da filha e até mensagens como:
“Preciso saber se Kayla está bem”,
“Ela precisa voltar pra casa”,
“O juiz gritava ‘que se dane a Constituição’”,
e “Isso foi sabotagem da mãe”.
Sim, a mulher que sequestrou a filha por seis anos agora se apresenta como vítima. Diz ter sido alienada. Se descreve como mãe injustiçada. Participa de podcasts, grava entrevistas, compartilha conteúdos sobre abuso institucional, ataca o pai — e tenta apagar o crime sob uma camada de afeto forjado.
A linguagem da alienação usada por quem cometeu alienação
Nos stories e postagens recentes, Heather divulga conteúdos como:
- “Pais que afastam os filhos do outro genitor são abusadores.”
- “Sabotagem judicial contra mães.”
- “Não ensine seu filho a amar quem destrói sua mãe.”
Tudo isso após sequestrar, esconder, isolar e manipular a própria filha.
O paralelo com o Brasil é inevitável.
O que Heather faz agora é exatamente o que mães alienadoras fazem todos os dias no Brasil:
- Perdem a guarda.
- Desacatam decisões.
- Alegam “proteção”.
- Dizem que são vítimas de um sistema machista.
- E, quando responsabilizadas, viram ativistas.
Inventam alienação reversa, fazem dossiês, atacam psicólogos, desacreditam assistentes sociais, viralizam frases de efeito, gravam podcasts — e, no fundo, tentam apagar o que fizeram.
Heather é só mais uma.
A diferença é que ela ficou 6 anos com a filha escondida sob identidade falsa.
E ainda assim… há quem aplauda.
E o pai?
Ryan Iskerka continua como sempre esteve:
- Digno.
- Discreto.
- Lutando para reconstruir a relação com a filha.
- E ignorado por quem finge que só existe uma forma de violência familiar.
Ele publicou um poema em homenagem à mãe dele no Dia das Mães, sem atacar ninguém, sem buscar holofote. Enquanto a sequestradora tentava transformar sua história em militância.
Essa história é real. E não é rara.
Heather Unbehaun sequestrou a filha. Foi presa, pagou fiança — e agora tenta sequestrar também a narrativa.
Não foi mal-entendido. Não foi “ato de desespero”. Foi crime. Cometido por uma mulher, contra a própria filha, contra o pai — e agora, contra a verdade.
O mais assustador? É que está funcionando.