A judicialização do arrependimento como arma política

“Não foi estupro. Mas me arrependi. Então foi.”

Esse é o novo script da militância. A mulher consente, participa, muitas vezes até insiste — e depois transforma o arrependimento em denúncia. O resultado? Um tribunal que premia a narrativa, uma imprensa que aplaude a versão mais conveniente, e uma sociedade que assiste ao colapso do Direito Penal em nome da política de gênero.

Nos últimos anos, o feminismo institucionalizou uma perigosa distorção: a ideia de que o desejo posterior da mulher pode reconfigurar retroativamente o ato anterior. Se ela consentiu ontem, mas se arrependeu hoje, então ontem vira crime. O Direito Penal vira terapia. E o homem, réu de uma culpa que não cometeu — só causou.

Quando o “consenti” vira “fui abusada”

Essa inversão começou silenciosa. Em blogs feministas, em campanhas “didáticas”, em manuais universitários de como “reconhecer um abuso mesmo sem saber que foi abuso”. Depois, ganhou força em redes sociais, onde arrependimentos viraram lacração. Por fim, chegou aos tribunais. E o que antes era piada de Twitter virou tese jurídica.

Casos como o de Aziz Ansari, nos EUA, mostram o retrato perfeito dessa cultura: uma mulher adulta, que topou sair com o homem, que foi para a casa dele, que teve relações com ele — e depois, incomodada com sua própria vontade, publicou um artigo dizendo que se sentiu “coagida emocionalmente”. Nenhuma prova. Nenhuma denúncia. Só o dano à reputação. E um aviso: cuidado, porque o “sim” de hoje pode virar um “me forçou” amanhã.

No Brasil, não faltam exemplos. Homens processados por “estupro de vulnerável” quando a mulher diz que estava bêbada, mesmo tendo se oferecido, flertado, iniciado a conversa e gravado vídeos felizes no dia seguinte. Casos arquivados anos depois, mas que já destruíram vidas, carreiras, reputações. A justiça tarda — e, quando chega, ninguém lê.

O que chamam de empoderamento é, na prática, impunidade narrativa

A judicialização do arrependimento parte de uma lógica perversa: mulher nunca erra. Se ela se envolveu com alguém que hoje despreza, a culpa é dele. Se ela foi infiel, estava vulnerável. Se mentiu, foi pressionada. Se se arrependeu, foi violada. O feminismo não quer igualdade de responsabilidades, quer imunidade moral. Uma mulher arrependida hoje é vista como vítima. Já o homem que acreditou na palavra dela, como criminoso.

E mais: essa lógica é apoiada por estruturas institucionais. Universidades criam comissões internas para investigar denúncias baseadas em boatos. Empresas demitem preventivamente para evitar cancelamento. A mídia publica versões sem contraditório. E o Judiciário — intimidado por ideologias e lacração — vai cedendo.

A arma perfeita contra homens indesejados

Essa nova arma não é usada contra predadores. É usada contra ex-namorados, colegas de trabalho, ficantes de uma noite, professores, motoristas, atletas. Em muitos casos, contra homens que disseram “não”, que terminaram, que expuseram hipocrisias. O arrependimento virou vingança com selo jurídico. E o feminismo não só permitiu isso — estimulou.

A verdade é que a judicialização do arrependimento é uma estratégia de guerra. Uma guerra ideológica, travada contra a masculinidade, contra a autonomia dos homens, contra qualquer tentativa de colocar limites à cultura do “acredite sempre”. É a nova forma de controle: não pelo corpo, mas pela narrativa.

E o Direito Penal? Virou palco de ressentimentos

O Direito Penal existe para punir atos dolosos, com provas, com garantias. Mas hoje, virou palco de ressentimentos íntimos, reinterpretações tardias e jogos de poder. Quando o Direito se curva à subjetividade, o estado de direito morre — e nasce o estado emocional. E nesse estado, todo homem está em risco. Porque o que define o crime já não é a conduta, é o humor da acusadora.

O resultado é trágico: banalização das denúncias reais, descredibilização das vítimas legítimas, e destruição da vida de homens inocentes. Homens que um dia ouviram “sim” — e anos depois, ouviram o barulho das algemas.

Quem vai responsabilizar a irresponsabilidade?

O feminismo ensinou às mulheres que nunca precisam arcar com as consequências de suas escolhas. Mas a maturidade exige o oposto. Consentir é assumir responsabilidade. E se arrepender do que consentiu não transforma o outro em culpado. Arrependimento não é estupro. Vergonha não é violência. Desgosto não é crime.

A nova geração precisa entender: o Direito Penal não é espaço para ressignificação tardia de escolhas pessoais. Usá-lo como forma de purgar arrependimentos é destruir sua credibilidade — e transformar cada homem em um réu potencial.

 

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