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“É casado, mas não é capado”.
Como era de se esperar, a mídia não decepcionou ao noticiar o assédio sofrido pelo repórter no Carnaval de 2023. Vários portais de notícias noticiaram de maneira amena o fato de uma foliã ter beijado à força, o repórter Rodrigo de Luna, da TV Guararapes. Ela o beijou novamente e, mesmo quando informada que é casado, diz: “É casado, mas não é capado”.
A reação dos que estão ao redor mostra como muitos são seletivos. E a pergunta que já virou bordão é a seguinte, “E se fosse um homem que tivesse agido assim?”
Bem, a resposta não está muito longe de ser encontrada, esse tipo de atitude vinda de homem já aconteceu em situação bem parecida – e foi reportada como assédio. Em setembro de 2022, um torcedor do Flamengo beijou o rosto de uma repórter e foi denunciado por ato libidinoso.
Mas em 2023 o que era tratado como ato libidinoso, em 2022 num passe de mágica, ou melhor, num passe de narrativa feminista, foi banalizado e passa a ser somente uma “surpresa”.
Não há como não detectar que toda essa relativização tem prejudicado os homens – e infelizmente, mais uma vez, o empoderamento feminino vai vencendo na força da distorção linguística. Se é homem, é assédio, se é mulher, é apenas um ato de “afeto.”