Axel pediu socorro. O pai implorou. O sistema ignorou.

 

Axel Guilherme tinha só 1 ano e 6 meses quando foi espancado até a morte em Fortaleza, Ceará. Chegou ao Instituto Doutor José Frota (IJF) com fratura no crânio, hemorragia, marcas no rosto, mordidas nas costas, hematomas nas pernas, no braço, nas nádegas, no pênis. O laudo confirmou: morte por traumatismo cranioencefálico, lesões por ação contundente.

A mãe e o padrasto foram presos. Mas a pergunta que sempre aparece quando uma criança morre é: “Cadê o pai?”

A resposta? O pai estava implorando por ajuda.

Alex Eugênio não fugiu. Ele lutou.

Desde dezembro de 2024, Alex entrou com pedido de guarda da criança, relatando maus-tratos. Mostrou evidências, tentou proteger o filho. Teve dois pedidos negados pela Justiça.

Um terceiro pedido estava em análise quando Axel morreu.

Sim: enquanto o bebê apanhava, o sistema “analisava”.

Quando finalmente deram atenção ao caso, Axel já estava em um caixão.

A advogada de Alex, Gessica Maia, relatou que mesmo após o crime, com os réus presos em flagrante e provas suficientes, o Ministério Público só se manifestou no dia do velório da criança. O parecer do MP chegou às 14h45 do dia 7 de maio. A criança foi enterrada às 15h.

Justiça ginecêntrica: quando a mãe se omite, o sistema hesita. Quando o pai protege, o sistema duvida.

Se fosse o contrário — se o pai tivesse sido o agressor — já saberíamos como a história terminaria.

Estaria em todos os jornais, com manchete pronta: “Justiça falha ao manter criança com pai violento”.

Já teria campanha, coletiva de imprensa, hashtags, militância chorando na timeline.

Mas quando é a mãe que coloca o filho em risco?

Silêncio. Justificativa. Desculpa.

“Ela estava em situação difícil…”

“Faltou apoio psicológico…”

“Era só um alerta, nada conclusivo…”

Não importa quantas provas apareçam. O sistema hesita. Porque ela é mulher.

Essa história não é sobre uma mãe. É sobre um menino ignorado.

Axel não morreu por acidente.

Axel morreu porque o Judiciário escolheu ignorar os alertas.

Morreu porque, no Brasil, o sistema ainda trata o pai como acessório.

Se um homem pede a guarda, é por vingança.

Se uma mulher pede, é por instinto.

A balança da Justiça já vem com o lado feminino pesando mais.

Alex não foi “pai ausente”. Foi um pai silenciado.

Ele tentou. Correu atrás. Bateu em porta de juiz, de promotor, de advogado.

Quando conseguiu entrar, disseram: “não há indícios suficientes.”

No dia seguinte à morte do filho, os indícios estavam no corpo da criança.

Quantos Axel mais o Brasil vai enterrar?

Quantas crianças mais precisarão morrer para que o Judiciário entenda que a violência não tem gênero?

Quantos pais ainda vão ser chamados de “omissos” depois de serem ignorados pela própria Justiça?

Quantos filhos vão virar estatística porque o sistema tem medo de contrariar o feminismo de toga?

Essa história não é só sobre um bebê morto.

É sobre um país que finge proteger crianças — desde que a acusada não seja a mãe.

Dessa vez, o nome da criança era Axel.

E o nome do pai é Alex.

E a gente não vai esquecer.

 

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